História da Maquilhagem: VI II Guerra Mundial e os anos 40

Hi dolls! Prontas para mais um post sobre a História da Maquilhagem? Já vamos nos anos 40! É verdade, o tempo passa a correr, e as décadas também!

Começámos pelo I Mundo Antigo, rapidamente passámos para a II Época Victoriana, III A Belle Époque, chegámos às flappers dos IV Loucos anos 20, e vimos Hollywood nascer, assim como o desenvolvimento da maquilhagem para as massas nos anos 30. Hoje falamos da década de 40.

--- VII II Guerra Mundial e os anos 40 ---

"Today you want to look as if you thought less about your face than what you have to face." 

Anunciava a Vogue de 1942. Não havia outra escolha para as mulheres: a II Guerra Mundial estava aí, e a racionalização também. A racionalização da comida começou em Janeiro de 1940, os cupões de roupa foram introduzidos em Junho de 1941, assim como a racionalização de sabão. Lavar o cabelo tornou-se um luxo! A Vogue recomendava lavar o cabelo "every then days for greasy heads, every three weeks for dry ones.". A racionalização de quase tudo afectou a industria dos cosméticos. Metal, petróleo, álcool, entre outros ingredientes, essenciais aos produtos cosméticos e suas embalagens, eram, agora, requisitados para o esforço de guerra. A marca Coty começou a produzir em grande escala pó para os pés dos soldados, assim como pomada anti-gas, para além da maquilhagem. A Stratton, que inclusive perdeu duas fábricas em consequência de bombas, começou a produzir caixas de protecção em vez de batons. E a marca Gala começou a oferecer refills dos seus batons pela primeira vez, afirmando na sua publicidade "Rescue those old lipstick cases. Saves money, saves metal, helps to win the war and helps you to look beautiful."

As embalagens de papel e cartão sofreram também com os cortes em tempo de guerra. A maquilhagem vinha agora embalada de uma forma simples em papel e com avisos "We regret that owing to wartime restrictions PUFFs are unobtainable" lia-se na nova embalagem do blush Evening in Paris da Bourjois.

Também as revistas sofreram com os cortes, e agora o espaço dedicado à publicidade era guardado para assuntos da guerra e propaganda. Os poucos anúncios a cosméticos que apareciam eram sempre condicionados e levados pelo tempo de guerra e escassez de vários produtos, como por exemplo, um anuncio dos salões Helena Rubinstein em 1942 que oferecia massagens hormonais, afirmando ser a resposta para a falta de cosméticos.

A verdade é que em tempo de guerra as mulheres começaram a trabalhar nas fábricas e a fazer o trabalho que antes eram dos maridos e pais, e tanto a sua roupa, como a maquilhagem e os penteados tinham de ser práticos, simples e workfriendly, pela primeira vez na história.

"A woman needs cosmetics to look her best, and only when she looks her best can she feel and do her best." Vogue, 1942.

Nesta altura de escassez de cosméticos nas lojas, devido às restrições da guerra, as mulheres começaram a fazer os seus próprios cosméticos com aquilo que tinham à mão! Por exemplo, sumo de raiz de beterraba servia para dar uma corzinha aos lábios, como se fosse batom, e graxa para as botas servia de mascara. Margarina e leite em pó misturados e cozidos em água davam um belo creme hidratante. As mulheres dos anos 40 tiveram de ir recordar as receitas e mézinhas das suas avós!
Para além deste DIY, o mercado negro era cada vez mais forte, como seria de esperar. Aqui as mulheres procuravam vários acessórios de roupa, como um simples par de meias de seda ou nylon. A importação de seda fora banida para a Inglaterra, pois era importada do Japão, China e Itália, e o nylon era agora usado para o fabrico de paraquedas militares. A solução? Meias liquidas ou em inglês "liquid stocking". Foi um sucesso durante os anos 40 e uma invenção um tanto ou quanto estranha. Consistia num liquido cor de pele ligeiramente mais escuro para dar o efeito do uso de meias! E para completar o look, muitas chegavam a desenhar a linha atrás das pernas. Um pormenor da história da moda e dos cosméticos bastante interessante e podem ler MAIS INFO SOBRE AS MEIAS DURANTE A II GUERRA MUNDIAL aqui :)

Este era o cenário na Inglaterra e nos Estados Unidos, mas na Alemanha a história foi outra. Hitler não gostava de maquilhagem nas mulheres arianas. Quem quisesse entrar em Berchtesgaden (a sua montanha retiro) não podia fumar ou usar maquilhagem "Women guests are forbidden to use excessive cosmetics and must on no account use colouring material on their fingernails.".

Na Inglaterra, apesar da escassez de cosméticos, estes eram usados com bastante orgulho, e até como incentivo à vitória. O vermelho vibrante era a cor favorita para se usar nos lábios e nas unhas, aos quais eram dados nomes patrióticos, assim como a publicidade toda ela era direccionada para a guerra/ambiente militar, pondo mulheres de uniforme e a usarem batom vermelho. A maquilhagem já não era apenas para a mulher se sentir bonita, mas também para lhe dar força e fazê-la sentir uma vencedora.
Rosie the Riveter tornou-se um ícone de guerra e do esforço das mais de 6 milhões de mulheres que agora trabalhavam nas fábricas nos Estados Unidos. 

O negócio dos cosméticos mudou por completo durante a guerra. Muitas marcas viram a clara necessidade de começarem a produzir cosméticos de guerra, como pinturas faciais militares, produzidas pela marca Max Factor. Helena Rubinstein forneceu também as tropas militares com kits que continham desmaquilhante facial, creme para queimaduras solares, e cosméticos de camuflagem. Elizabeth Arden foi convidada a fornecer a American Marine Corps Women's Reserve com kits de maquilhagem compostos por rouge, batom, e verniz chamando-os Montezuma red.

É também nesta altura que surge o termo pin-up, que é tanta vezes dito e reproduzido até hoje. O termo surgiu no inicio da década de 40 e vem do facto dos militares recortarem imagens das suas mulheres favoritas (seja a noiva, ou actriz de cinema) e as colarem no seu espaço no quartel. O que tinham em comum? A beleza indiscutível, seios grandes, pernas bonitas, e sorrisos encorajadores e apaixonantes! E claro, batom e verniz. 

1- Os vários batons vermelhos da época;

2- Embalagem em tempo de guerra do Evening in Paris da Bourjois;

3- Embalagem do Liquid Stocking e mulheres a desenhar as próprias pernas, para dar o efeito do uso de meias;

4- Rosie the Riveter. Outra famosa ilustração feita por Rockwell em 1943 mostrava esta mesma personagem no seu uniforme de trabalho, sentada, enquanto come uma sanduíche e pisa o Mein Kampf.

E agora a parte mais divertida: Makeup Look! :D
O look dos anos 40 é bastante simples, e talvez seja por isso que seja a minha década favorita, tanto em termos de roupa como eu termos de maquilhagem. Tudo é simples, mas sem deixar de ser elegante, e é perfeito para um dia de trabalho, o que convenhamos, é o que melhor se adequa à mulher de HOJE em dia!

40's Makeup Look - Pin Up Makeup Look

Produtos usados:

Face:

- MAC Studio Sculpt spf 15 foundation in NC 15
-Kiko Skin Glow Light Effect day cream

- Corrector Make B Boticário

- Dita Von Teese for Art Deco Golden Vintage Candlelight Powder nº 1 

-OBoticário Blush Liquido Intense

Eyes:

- The All Natural Face brow powder
- ESSENCE gel eyeliner black

- Sleek Pallete I Divine in Showstoppers

- KIKO Unforgettable Mascara black

Lips:

- MAC Lipstick in Ruby Woo

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